terça-feira, 21 de junho de 2011

MAURO BRITO

NA MARGEM DO RIO


Líricos cuspindo perfumes na companhia das ras
Nessa ópera da lagoa abandonada
Encandecido, vou aqui ficar
Divido essa sede de verdade com a noite

As ondas desse Ligonha desfeito
Vês essa sola do norte
Acompanhando noites sem remédio

Melodias ténues revigorares
Tentando beber do silêncio
Lágrimas caídas no chão

Tépido dia de Janeiro
Hipopótamos atiçando o sol da manha
Podia ser apenas rio sem correntes
Correndo essa água entre pedras deixando fotografias de todos os tempos
Nessa margem única do leito
Que não seca

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